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Tag: Inovação

A Apple é uma empresa de serviços?

13 fevereiro 2018

Tim Cook, presidente da Apple, sempre que tem oportunidade enfatiza a visão de que a Apple é uma empresa de serviços. Essa é uma das sagas corporativas mais ricas da história e têm diversas nuances, porém quero me concentrar no ano de 2001 cerca de 4 anos depois do retorno de Jobs a organização. Nesse ano houve o lançamento do produto que iria revolucionar não só a Apple, mas a história dos negócios: o I-Pod. A maioria interpretou que Jobs estava lançando um tocador de músicas portátil com um baita design. Poucos enxergaram que um dos maiores empreendedores da história inaugurava ali a mais vibrante plataforma de negócios do ambiente corporativo. Essa é a origem de visão de Cook quando comenta sobre a Apple como empresa de serviços. Ele se refere ao poder das conexões geradas dentro de sua plataforma de negócios que tem como base a quantidade de aparelhos ativos da empresa que hoje chega a impressionantes 1,3 bilhões. Isso mesmo. São mais de 1 bilhão de aparelhos da Apple em todo mundo. Resultado: apenas no último trimestre de 2017 a empresa faturou U$ 8,5 bilhões em serviços com destaque para a receita oriunda do ITunes. Mas, o ponto forte da organização não são seus produtos? Esse é um dos elementos mais ricos dessa narrativa: os serviços embarcados são um dos principais elementos de diferenciação dos produtos Apple. As lições geradas dessa história são inúmeras. Não combinam com as limitações desse espaço. No meu novo livro com Salibi, “Gestão do Amanhã”, a Apple e Jobs são um dos protagonistas em diversas passagens. Essa história ainda vai longe.  

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A Amazon entra no negócio de logística

12 fevereiro 2018

A Amazon está lançando, nos Estados Unidos, seu próprio serviço de entregas, o Shipping with Amazon, ou simplesmente SWA. Fontes afirmam que o serviço, que baterá de frente com UPS e Fedex, as maiores empresas do setor, se especializará, inicialmente, nas entregas de ecommerce provenientes dos parceiros de seu marketplace. Com isso, a maior varejista do mundo dá passos similares ao quando lançou a Amazon Web Services (AWS) provendo serviços de computação na nuvem. O serviço, inicialmente estruturado para atender as demandas do Grupo, expandiu-se para parceiros e, atualmente, é líder mundial desse mercado com mais de 44% de share e clientes de diversos portes e segmentos. A competição no setor de logística nos EUA é pesada e alguns analistas têm certa dose de ceticismo quanto ao êxito da Amazon em sua nova empreitada. Um ponto chama muito atenção, no entanto, na sua estratégia: o novo projeto se dedicará exclusivamente a entregas de ecommerce e será estruturada considerando as peculiaridades desse negócio. O objetivo é atuar frontalmente contra as ineficiências apresentadas atualmente pelas empresas tradicionais que tiveram de adaptar suas estruturas ao ecommerce. Não nasceram para atender a esse mercado. A iniciativa da Amazon já se inicia organizada para lidar com esse ambiente. Escala a empresa já tem com suas próprias entregas. Basta saber se terá o conhecimento necessário para ser bem sucedida em mais um novo negócio em que se envolve. Você acha que vai dar certo? Arrisca um palpite? Que cultura está sendo forjada nessa organização que não tem medo de errar e não para de ousar com novas soluções e iniciativas!

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Como manipular os algoritmos

09 fevereiro 2018

Uma das expressões mais visíveis da polarização e o maniqueísmo que assolam a sociedade atual reside na normatização dos gostos e opiniões que invadem as timelines de nossas redes sociais. Não são poucas as pessoas que imaginam que a visão do mundo é a visão das pessoas que lhe seguem. Ledo e perigoso engano. O ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, acertou em cheio em seu discurso quando esteve no Brasil em Outubro de 2017 no trecho em que aborda os desafios da diversidade de opiniões na sociedade atual: “Estamos mais conectados do que nunca, mas isso faz com que, em alguns casos, seja mais fácil recuarmos a nossas próprias tribos, nossas próprias bolhas, onde só escutamos pessoas que pensam da mesma maneira como nós. E nunca desafiamos as nossas próprias presunções, porque tudo o que lemos, tudo o que vemos é simplesmente o que um algoritmo nos disse que deveríamos ver.” Alguns incautos irão enxergar na abordagem de um dos personagens mais poderosos do mundo uma síndrome persecutória, aquela que assola indivíduos que tem a crença de que estão sendo eternamente perseguidos. Será? Não tenho essa mesma convicção. As discussões ideológicas e políticas tão comuns nas redes sociais mostram que nos desacostumamos com a opinião contrária a nossa. Não almejo entrar aqui na análise acerca dos riscos dessa perspectiva para a evolução da nossa sociedade. Não por achar isso menor. Pelo contrário. Em minha opinião, esse é um dos temas mais relevantes da humanidade e deveria estar na pauta prioritária de nossas discussões. Meu foco nesse artigo, no entanto, é outro. Quero explorar uma dimensão dos impactos dessa influência dominadora dos algoritmos na nossa rotina. Nesse sentido, absortos em absorver todos os movimentos sem questionar ou refletir sobre seus mecanismos, nem percebemos seus riscos. Os sistemas não são infalíveis (e tenho dúvidas se um dia serão) e podem ser manipuláveis com (relativa) facilidade. Na newsletter Meios (que assino e recomendo fortemente), tomei contato com uma informação incrível e assustadora. Em um artigo é contada a história do restaurante The Shed at Dulwich que chegou ao topo da lista do TripAdvisor como um dos melhores de Londres. Na plataforma você encontra fotos dos pratos, endereço, página da internet e todas as informações sobre o local. Também existem diversas recomendações e avaliações elogiosas do restaurante que só recebia clientes mediante reserva, porém estava sempre lotado. O badalado restaurante chegou a ter 89 mil visualizações em um único dia e sua fama se espalhou pela web o que logo lhe alçou ao topo da lista do TripAdvisor. Até aí nada de errado. O que chama atenção é que o restaurante simplesmente não existe. Foi resultado do projeto de Oobah Butler, um jornalista inglês que resolveu demonstrar como é possível criar um restaurante popular na web sem ter a necessidade de preparar um primário miojo. O ser humano burlou a inteligência artificial do algoritmo e criou uma visão que não está lastreada em nada concreto. Percebe o risco de absorver passivamente todas as informações que recebe na web? Baseado nessas informações há o risco de você desacreditar todo sistema e o avanço tecnológico. Os extremos, como sempre, não são o espaço mais virtuoso. A evolução tecnológica é inconteste e veio para ficar. A grande questão que se coloca é qual é a sua postura perante a essa revolução. É impensável você agir como um Ermitão ou os ludistas do início da Revolução Industrial que simplesmente negavam os avanços tecnológicos da época. Pelo contrário, é necessário agir proativamente em direção ao epicentro das transformações buscando entender suas nuances e quais perspectivas geram oportunidades de uma inserção positiva. Análise crítica, inquietude e muita, muita proatividade na aquisição de conhecimento são os primeiros passos para desenvolver sua própria opinião e repertório. Essa estratégia é fundamental para que você se liberte dos grilhões da manipulação proveniente de qualquer fonte, seja ela formal, informal, explícita ou oculta. Só mesmo dessa forma é possível não se deixar orientar pela força dos algoritmos e aproveitar o que eles têm de melhor, na medida em que, se modelam a seu comportamento e contribuem para que você encontre as informações que melhor se adaptam a seu perfil. É necessário aproveitar o melhor da tecnologia e fazer com que ela trabalhe para você. E não o contrário.   P.S. Aqui está a matéria original sobre como Oobah Butler colocou o The Shed at Dulwiich no topo do Trip Advisor.

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Instacart: O fantasma da Amazon e do Walmart

27 janeiro 2018

Em um mundo em ebulição como o nosso é fundamental estar atento à forma como você se nutre de conhecimento. Infelizmente, muita coisa relevante passa batido dos meios tradicionais de mídia no país e você corre o risco de ficar alijado de casos muito instigantes que são importantes para formação de seu repertório pessoal. A startup Instacart é um caso desses. Pouco conhecida no Brasil, praticamente ignorada pela mídia tradicional, a startup, fundada em 2012 por um ex-engenheiro da Amazon, atualmente, tem um valor de mercado de cerca de U$ 3,5 bilhões e assombra os principais players do mercado de varejo. O nome Instacart não tem nenhuma relação com o Instagram. A marca, na realidade, é a composição das palavras carrinho de supermercado (cart) com instantâneo (insta). Algo como “carrinho instantâneo”. Em síntese, trata-se de uma plataforma que já cobre quase todo território americano, onde o cliente pode selecionar digitalmente o supermercado desejado, montar e adquirir sua lista de compras e a receber em casa por meio de um “personal shopper”. Nessa etapa do processo, a startup se assemelha a um Uber de supermercados, na medida em que, reúne um cadastro de indivíduos que podem ser acionados na sua região de acordo com a demanda. A entrega acontece em até duas horas do pedido de acordo com o tipo de serviço adquirido (existem opções mais ou menos rápidas conforme o pagamento da taxa de entrega). Originalmente, a fonte de receita da startup era unicamente proveniente da taxa de entrega aliada a uma comissão paga pelo varejista. O sucesso do negócio é tão expressivo que hoje já atende mais de 66 milhões de domicílios americanos (52% do total de residências da região). Com isso, desenvolveu outra fonte de receita proveniente de anúncios da indústria que, cada vez mais, se aproximam da organização de olho nos seus milhões de clientes. Alguns analistas afirmam que o Instacart foi um dos principais motivadores da aquisição do Whole Foods pela Amazon. A tese é que a maior varejista do mundo necessita ter capilaridade física rapidamente para fazer frente a crescente cobertura e onipresença da startup nos lares americanos. Além disso, o Whole Foods tem um acordo de exclusividade com a plataforma sendo um de seus principais parceiros de negócios com uma pequena participação acionária. Com a movimentação a Amazon se transforma em acionista do Instacart. Curiosamente, o efeito inicial foi contrário. Assustados com o avanço da Amazon no varejo físico, varejistas tradicionais aceleraram seus acordos com a Instacart visando estruturar uma operação digital que fizesse frente a esse novo player sem a necessidade de investimentos vultuosos em tecnologia. Em entrevistas logo após o fechamento do negócio, Apoorva Mehta, CEO da startup, comentou que aumentou em 60% o numero de empresas que procuraram a companhia para participar da plataforma. Atualmente, são cerca de 170 varejistas. Nesse universo estão presente as 5 maiores cadeias de mercearias dos Estados Unidos. Em outro movimento recente, a Target adquiriu o controle da principal concorrente da Instacart, a startup Shipt por U$ 550 milhões. Os valores foram considerados altos por alguns analistas, porém a aquisição tem valor estratégico para um dos maiores varejistas do mundo que está de olho em como não perder a onda do digital. As principais preocupações, atualmente, do Walmart, a outrora maior varejista do mundo, mas ainda um conglomerado gigante que domina o setor, não é de seus competidores tradicionais como K-Mart, Costco dentre outros. Seu olhar está dirigido para o avança da Instacart e o estrago que essa empresa de pouco mais de 5 anos está fazendo no mercado. Esse é um movimento que ainda passo ao largo da visão geral de negócios no país. No Brasil, nos habituamos pouco a estudar e decifrar movimentos mercadológicos como esse que estão redefinindo as fronteiras de um dos segmentos mais tradicionais da economia: o varejo. É chover no molhado reiterar o processo de transformação que impactou outros setores tão pujantes como o Turismo, Transporte, Mídia dentre tantos outros. Não é chover no molhado, no entanto, reforçar a necessidade de nos atualizarmos e estudarmos os movimentos globais de transformação e refletirmos sobre seus impactos no nosso negócio. Dessa reflexão, certamente irão emergir oportunidades não mapeadas e riscos que podem levar seu negócio a exposição excessiva. O momento é de abandonar o comodismo e a convicção de que sabemos tudo sobre nosso negócio. É a hora de aprender a desaprender, adotando um comportamento de muita humildade e abertura perante a descoberta de novas soluções em um mundo que está em aberto. Acredite: não é uma “modinha”. A ruptura está presente aqui e agora. O caso do Instacart é só mais um que mostra sua força.   Ah, o fundador da empresa antes de dar essa tacada de mestre e se transformar em mais um bilionário do mundo das startups comenta que estima que falhou em cerca de 20 outros projetos antes de acertar a mão. Mais um sinal dos tempos…        

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Nem percebemos como nos acostumamos com novas tecnologias…

15 janeiro 2018

Tive de acessar o serviço de atendimento de uma empresa que sou cliente que não usa chatbot. Estranhei e tive uma percepção ruim de toda trilha que tive de seguir até chegar a um atendente e começar a explicitar meu problema do zero. Há anos, quando foi implantado o serviço de reconhecimento de voz em atendimento, tive minha primeira experiência com um Banco. Fiquei MUITO desconfortável e achei aquilo tudo um lixo. Em pouquíssimos anos, o contexto mudou totalmente e minha experiência se transformou. Essa passagem me traz algumas lições que quero compartilhar com você: a) Reid Hoffman, fundador do LinkedIn, tem uma frase célebre: Se você não tem vergonha da primeira versão de seu produto, você demorou demais para lançar. Você se recorda do primeiro IPhone? Apesar da genialidade da ideia, sua funcionalidade era infinitamente inferior a suas versões subsequentes. Porém, com o uso ele foi evoluindo e se transformou em um dos maiores fenômenos do consumo mundial de toda história. Essa deve ser a lógica de qualquer lançamento de projeto ou produto em um mundo que muda a uma velocidade avassaladora. Lançar a versão minimamente viável e evoluir com seu desenvolvimento incansavelmente. b) Não é possível tirar conclusões definitivas apenas com as primeiras incursões de qualquer projeto. Uma das áreas que mais sofre com a substituição tecnológica é a de Call Centers. Há anos escrevi um artigo onde comentava que esse negócio era o similar das fábricas da Revolução Industrial no que tange a absorção de mão de obra e natureza mecânica do trabalho tal a sua pujança. Se os líderes do setor tiveram a mesma impressão que eu tive quando usei o serviço pela primeira vez podem ter chegado a conclusões perigosamente inadequadas com a frase celebre “Ah, isso aí não vai pegar”. Pegou. E como. A evolução tecnológica é uma realidade inconteste. Esse exemplo é mais uma prova disso. Nenhum negócio ou segmento passará impune ao processo de transformação. Não ficará pedra sobre pedra. Abster-se de estudar em profundidade tudo o que está acontecendo, as tendências e perspectivas equivale a se jogar de um precipício sem paraquedas. A consequência mais provável dessa escolha já conhecemos.

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