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Tag: Disrupção

Como o mundo mudou desde a Copa de 82!!

02 julho 2018

Minha Copa do Mundo foi a de 82. A seleção de Telê Santana me encantou e eu, que já era um torcedor fanático, ficava extasiado na frente da minha Telefunken com seletor de canais giratório. Me recordo pouco da Copa de 78, mas, para mim, a de 82 foi a primeira Copa colorida que pude assistir. As outras foram em preto e branco mesmo com bombril na antena para sintonizar melhor os canais. Pirei quando surgiram os vídeos cassetes. Com a explosão das Locadoras enlouqueci com VHSs do Chuck Norris, Charles Bronson e toda sorte de filmes que não tinha ideia que existiam como “Duro de Matar”, “Bradock” dentre outras pérolas de cinematografia mundial. Quando comprei meu vídeo cassete da Panasonic com 4 cabeças foi a glória. Aliás, ele ficava ao lado de meu 3 em 1 da CCE. Assistir ao filme que eu desejava, no momento que eu quisesse e em casa era algo tão distante quando viajar para Marte (ops!). Quando conheci a Blockbuster enlouqueci. O que era aquilo!!! Um parque de diversões com centenas de títulos a minha disposição. Não precisava mais reservar o filme que eu desejava na Locadora e ficar aguardando semanas até que ele estivesse disponível. Estava tudo lá. A Blockbuster disruptou (ops!) o mercado de entretenimento gerando uma experiência ao cliente em suas lojas inédita. A cidade de Santos foi uma das primeiras praças que a TV a cabo chegou. Me recordo que estava em férias quando fiz minha 1a assinatura e simplesmente não entendi como era possível ter acesso a tantos canais. Fiquei dias sem sair de casa me deliciando com tantas opções. Caraca, eu era feliz com minhas 5 emissoras preferidas, agora então… E a surpresa quando me apresentaram o ICQ. O e-mail já havia sido uma revolução, porém poder falar em tempo real com pessoas que estavam a quilômetros de distância era demais. Que inovação espetacular!! Trabalhava na Folha de S.Paulo e me recordo que parecíamos crianças ao conversar em 4 pessoas ao mesmo tempo. A conexão discada via cabo não ajudava muito, mas quem estava preocupado com isso perante as novas possibilidades? Não custava nada aguardar alguns minutos para se conectar a internet por meio de provedores como IG ou Terra. Agora, a revolução que aconteceu quando eu atuava na Folha de S.Paulo foi quando eu recebi meu 1o celular. Inesquecível! O Teletrim já havia facilitado tremendamente a comunicação já que eu era “bipado” com mensagens quando alguém necessitava falar comigo não necessitando aguardar meu retorno ao escritório para pegar os recados com minha assistente. A possibilidade de conversar com alguém em viva voz com o telefone móvel, porém teve um efeito impressionante. As ligações ainda eram muito caras. Para ter uma linha era necessário pegar uma fila gigante até chegar sua vez. Comprar uma linha oficial levava mais de ano. Havia o mercado paralelo, mas daí o valor era altíssimo. De qualquer forma, a possibilidade de ter o celular já foi algo mágico. O aparelho era meio grande, os famosos “tijolões”, mas dávamos um jeito como pendurá-lo na cintura, por exemplo. A estética não era tão boa, porém era muito funcional. Tudo ficou ainda mais incrível quando tive meu 1o Startarc da Motorola. O celular cabia no bolso!!! Inacreditável!! Já era mais fácil ter uma linha e os celulares invadiram, definitivamente, a sociedade. Quando puder comprar um Blackberry a casa caiu! Nem em meus sonhos mais futuristas eu poderia imagina acessar os e-mails pelo celular. Abandonei meu PalmPilot onde organizava minha agenda e tarefas e reuni tudo em meu novo aparelho. O Blackberry foi um dos maiores fenômenos mundiais invadindo o mercado corporativo sem pedir licença. Inaugurou a era de multifuncionalidade dos celulares. Depois vieram os smartphones, a democratização do acesso a internet com a banda larga, as redes sociais, plataformas de streaming etc, etc, etc… Toda essa memória nostálgica foi despertada devido a Copa do Mundo. Mais precisamente quando me vi em um Restaurante sozinho no horário do almoço assistindo, no meu smartphone, a abertura da Copa. Aliás, eu não era o único no recinto com fone de ouvidos vibrando com os gols da Rússia. Mais adiante quando peguei o ônibus mais pessoas assistindo aos jogos da Copa. Fenômeno que se repetiu no trem, no shopping, ao aguardar ser atendido em uma reunião e muitos outros espaços. Automaticamente, fui remetido aos meus 11 anos de idade com a Copa de 82. Que revolução!! Quem diria que um dia eu teria a possibilidade de assistir ao que desejasse ao vivo de um aparelho celular? Até jogo ao vivo no avião já assisti….Que loucura. Note que, em poucos parágrafos, descrevi uma saga de cerca 35 anos. Estou certo que, se você é da minha geração, se identificou com muitas dessas referências históricas que fizeram parte da minha vida. O que talvez você não tenha se dado conta é que toda essa mudança de comportamento resultou na substituição de fornecedores preferenciais. Empresas líderes, marcas icônicas ficaram pelo caminho. Citei apenas algumas ao longo dessa narrativa, mas existem inúmeras na mesma situação. É só puxar pela memória. Outras organizações surgiram e continuam surgindo ocupando um espaço inimaginável no passado. Essas organizações proporcionaram uma nova forma de se relacionar com o mundo e, como consequência, tornaram líderes de outrora irrelevantes. Uma questão que me instiga e provoca é saber quais são os próximos passos? 35 anos é muito pouco tempo em termos históricos, porém a velocidade das mudanças atualmente é muito superior e os ciclos mais curtos. Quanto tempo levará para as líderes da nova Era serem substituídas como foram a Motorola, a Blockbuster, a RIM, a Palm só para citar algumas das minhas narrativas? Google, Amazon, Netflix dentre outras terão o mesmo destino das empresas que detonaram ou encontrarão formas de manter e fortalecer sua hegemonia? Quem serão os próximos Wazes, Spotifys, Ubers, Airbnb do futuro? Muitas questões, não é? Aliás, uma das características dessa nova sociedade é que temos muito mais perguntas do que respostas. Essa dinâmica gera certa

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