Artigo fenomenal que conheci pelo Meio a respeito da desconcentração de poder que tem acontecido na sociedade proveniente do avanço tecnológico.
No caso, o autor, Ben Thompson, utiliza como referência o estrondoso caso de Harvey Weinstein, um dos principais produtores de Hollywood e conhecido predador sexual, para mostrar que o que está por trás da explosão de manifestações públicas dos casos de assédio que eram largamente conhecidos no meio pelo produtor. A principal origem desse movimento foi à diluição do poder dos chamados Gatekeepers na sociedade.
No início dos anos 80, 100 filmes foram lançados nos EUA. Praticamente todos eram provenientes de grandes estúdios, dentre eles o The Weinstein Company, fundado pelo produtor. Ou seja, ou o artista em busca de projetos estava relacionado a um desses estúdios ou estava “fora do jogo”.
Em 2016, foram lançados 736 filmes no país. Apenas 93 foram produzidos pelos grandes estúdios. O poder de barganha das grandes corporações foi totalmente diluído graças a outros canais de distribuição como Netflix, HBO, You Tube aliado a maior possibilidade técnica de produção gerada pelas novas tecnologias em equipamentos de vídeo, edição etc que tornou muito mais acessível à geração de conteúdo de alto nível.
Nesse contexto, os profissionais não dependem mais dos grandes players e essa dinâmica, segundo o autor, foi o estopim para que vítimas se manifestassem sem medo.
Esse é mais um exemplo do impacto da atual Revolução por qual passa a sociedade. O artigo ainda cita exemplos na esfera da mídia e da política para mostrar como os grandes detentores do poder e acesso a mercados (os chamados Gatekeepers) estão caindo um a um perante a uma realidade que gera muito mais opções de concorrentes e novas soluções do que no passado.
Paradoxalmente, ao mesmo tempo em que são demandados competidores mais preparados, existe uma oportunidade única para novos players reinventarem mercados e se integrarem como protagonistas nesse novo contexto.
Não é fácil – nunca foi –, porém, pela primeira vez na história dos negócios, o darwinismo se manifesta de forma muito clara e translúcida: não é o mais forte, nem o maior que sobreviverá; será aquele que se adaptar melhor ao contexto.
É necessário, com urgência, fazer uma leitura adequada desse novo ambiente para se proteger das ameaças e, sobretudo, aproveitar as oportunidades.
P.S. Quem não conhece o Meio, sugiro conhecer. Foi-me apresentado pelo querido amigo, Marcelo Cherto, e funciona como um curador das principais notícias do dia selecionando aquelas que fazem mais sentido. Uma boa forma de começar o dia. Se desejar conhecer, acesse meu link: http://pioneiros.canalmeio.com.br/convite/872
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