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    O que a queda do Snapchat tem a nos ensinar

    27 dezembro 2017

    No final de 2013 o Facebook fez uma oferta de compra ao Snapchat no valor de U$ 3 bilhões. Valores expressivos para a época, porém a proposta foi recusada de pronto pelos fundadores da rede social que mais crescia na época junto ao público jovem. Pouco mais de 3 anos depois, em março de 2017, a empresa foi responsável por um dos maiores IPOs da história na Bolsa de NY. A startup foi avaliada em U$ 33,3 bilhões com um preço de U$ 24 por ação. Depois de um período de crescimento vertiginoso, no entanto, a empresa se defronta com os maiores desafios de sua curta e próspera jornada. O Facebook intensifica os ataques com o Instagram Stories, que apresenta funcionalidade similar aos vídeos instantâneos do Snap, e sua influência junto a Geração Z declina a olhos vistos. Nos resultados apresentados no último trimestre, a empresa apresentou uma redução importante no número de novos usuários que caiu de 8 milhões no início do ano para 4,5 milhões. A plataforma continua com expressivos 166 milhões de usuários/dia, porém a tendência assusta o mercado financeiro que já penaliza a empresa com a diminuição do valor da ação que hoje vale cerca de U$ 14,00 (menos da metade do valor de seu IPO). Por mais que seja breve e tendo a convicção que muita água ainda vai passar por baixo dessa ponte, essa história traz alguns ensinamentos relevantes que dizem respeito ao nosso momento histórico, a chamada 4ª Revolução Digital ou a Era de Transformação Digital, como preferir. O ciclo de mudanças é muito rápido e engana-se quem imagina que só atinja as empresas tradicionais. É óbvio que essas organizações têm desafios maiores, na medida em que devem reavaliar sua cultura, modelos de negócios e liderança. Por outro lado, como diz o ditado “pau que bate em Xico, bate em Francisco”. Todos, sem exceção, correm o risco de serem vitimados por movimentos estratégicos vindo da concorrência. Abordei esse tema no artigo sobre os riscos da Netflix ser “disruptada” da mesma forma que “disruptou” a Blockbuster. Não importa seu projeto, se é uma startup ou um negócio tradicional, é necessário estar atento a todos os movimentos do mercado estudando todos os atuais competidores e possíveis ameaças. No caso do Snapchat, alguns afirmam: “puxa, mas o Instagram copiou uma inovação criada pelo Snap…”. Pois bem, recorda-se daquela máxima dos novos tempos que diz que “mais importante do que a ideia é sua execução”. Mais um exemplo que corrobora essa crença. É inconteste as vantagens do pioneiro, porém nada garante a sustentabilidade de sua liderança a não ser outros desenvolvimentos e possibilidades que gerem barreiras de entrada robustas em seu negócio. Esse não é o caso do modelo original do Snap cujas funcionalidades são facilmente copiadas, sobretudo, por uma rede já consolidada com um universo de cerca de 800 milhões de usuários/dia ligada a uma das maiores organização do mundo – o Facebook. Aliás, um dos motivos do sucesso da investida do Insta junto ao público em geral tem relação com o fato de já pegarem a onda de um produto consagrado pelos pioneiros. Boa parte da audiência já conhecia o modelo de vídeos instantâneos quando o Stories foi lançado. Diferente de quando o Snap lançou essa ideia, não foi necessário catequisar muitas pessoas, pois já havia uma referência estabelecida. Temos de rever nossos conceitos a respeito do valor do pioneirismo. De modo algum ele perde a relevância, porém sua sustentabilidade é muito mais efêmera que no passado. Finalmente, o caso demonstra o poderia econômico dos novos líderes globais. Não se trata de nenhuma novidade um movimento como esse do Facebook. Recorda-se como a Microsoft pulverizou o Netscape no final da década de 90 na chamada “Guerra dos Browsers”? O que muda, no entanto, é que o atual poder que os novos “donos do pedaço” conquistam é avassalador e ameaças como essa do Facebook tendem a se acentuar. São empresas muito capitalizadas, com um valor de mercado incrível que não se intimidam em perder somas expressivas de dinheiro para liderarem negócios relevantes para seu futuro. No final do dia, reitero o que tenho insistentemente afirmado e sentenciado: estamos diante de um ambiente totalmente novo que traz consigo imensos desafios. Também traz inúmeras oportunidades, porém para isso é necessário uma mudança de mindset migrando para um modelo mental mais flexível que permita entender com mais clareza os movimentos de mercado e como é possível aproveitá-los ou se defender de seus desafios. Em situações como essa sempre me vem a mente aquela frase clássica proferida por Andy Grove, ex-CEO da Intel, que se transformou em título de sua biografia: Só os paranoicos sobrevivem? Ela foi proferida há mais de 20 anos, porém está mais atual do que nunca.

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    Um modelo matador para realizar seu pitch de vendas

    19 dezembro 2017

    Ainda percebo uma dificuldade grande de empreendedores de startups de articularem como sua solução atende a um problema do mercado. Apesar de treinarem muito o pitch para investidores, tenho me deparado com empreendedores que não fizeram o mesmo esforço no pitch mais importante: o pitch para o comprador de sua solução. O passo básico inicial para articular essa narrativa é o de fazer um exercício essencial: colocar-se na cadeira do cliente. É necessário realizar um exercício prático fazendo seu discurso a uma pessoa totalmente leiga no assunto e verificar sua reação. Em cima dessa percepção, aprimore seu discurso até chegar a um modelo ideal testando-o com indivíduos que estejam no seu target. Sempre que tenho um projeto novo, exercito a argumentação básica de vendas (nome velho para o pitch) com minhas equipes realizando simulados práticos. A partir do momento que estão mapeados todos os obstáculos e chegamos a narrativa considerada ideal, agendo reuniões com clientes que ainda não são os mais atrativos. O objetivo ainda é validar o discurso. Ao final de cada reunião, faço um learning para entender o que funcionou e o que não funcionou. Para isso é necessário concentrar-se muito nas reações do clientes. Os momentos que você conseguiu despertar sua atenção, são aqueles em que deve se dedicar a enfatizar. Só agendo reuniões com os clientes de maior potencial quando estou convicto que a narrativa está redonda. A partir do momento que saem as primeiras vendas ou são geradas oportunidades efetivas de negócios, defino o modelo e acelero a repetição e aprimoramento do mesmo discurso. Periodicamente, realizo revisões seja individualmente ou com a equipe, quando for o caso, para aprimorar continuamente o processo. A excelência na prática vem com treinamento e muita repetição. Se é um empreendedor, lhe faço uma pergunta: você tem treinado seu pitch de vendas com a mesma intensidade que treina o seu para investidores? Essa resposta diz muito respeito a outro tema relevante: o esforço para buscar capital do investidor x aquele para buscar o capital do cliente. Esse último é o mais relevante de todos, mas esse é assunto para um próximo post.

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    A melhoria incremental vai quebrar sua empresa

    15 dezembro 2017

    Segundo pesquisa recente da Singularity University, 75% das empresas americanas não tem desenvolvido soluções de ruptura. Essas soluções são aquele tipo de inovação com potencial para transformar dramaticamente um negócio ou até mesmo um setor como os clássicos casos do Netflix, Airbnb, Uber dentre outras novas empresas que estão mudando os fundamentos de segmentos inteiros da economia. A inovação sempre foi um tema valorizado nas organizações. O pensador clássico da disciplina é o professor Clayton Christensen que elaborou a tese fundamental a respeito das inovações incementais e de ruptura. Esse pensamento é a origem de todas reflexões da nova economia e colocou em evidência um termo onipresente na sociedade atual: a disrupção. Na história recente, tendo como foco a melhoria contínua de seus negócios, as organizações dedicaram-se a incentivar e desenvolver melhorias incrementais em seus processos e negócios. Essa estratégia, que foi responsável para evolução de corporações míticas, pode sentenciar o fim das organizações atualmente. Em um ambiente cuja velocidade da transformação é avassaladora, a melhoria incremental pode ser a morte a conta gotas. Aquela súbita melhora antes do organismo sucumbir. Se antes, essa falência ocorria gradativamente, hoje seu impacto é súbito. Todo líder corporativo deve se dedicar a questionar seu negócio central e refletir sobre formas de destruir seu negócio. Esse é um exercício de alta complexidade, mas absolutamente fascinante. Muito possivelmente você não conseguirá fazer isso com a equipe que está dedicada ao dia a dia do negócio ou mesmo utilizando seu atual sistema de gestão. É requeridos investimento em energia, grana e foco para pensar o novo com a coragem de sentenciar seu próprio fim. Antes que outros o façam. #gestaonaquartarevolucaoindustrial

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    Apple, Shazam, Spotify e os Inovadores Modelos de Negócios

    12 dezembro 2017

    Uma das visões estratégicas que mais sofre transformações nessa Era de Transformações (ops…) é a dos Modelos de Negócios. Há uma miríade de modelagens muito distintas da economia tradicional que, a princípio são alvo de incredulidade, porém com o tempo se provam como escolhas acertadas. Google, Amazon e Facebook já foram alvos da desconfiança geral com seus Modelos de Negócios. Hoje estão entre as 5 empresas mais valiosas do mundo. Essa semana, a Apple adquiriu por cerca de U$ 400 milhões o Shazam, aplicativo que começou sua trajetória identificando músicas por meio do seu áudio e, atualmente, faz o mesmo com programas de televisão, filmes e propagandas. Sempre fui fã desse app que foi um dos pioneiros a aliar Inteligência Artificial com Big Data e apresenta uma acuracidade incrível. Tenho notado que ele identifica cada vez mais rapidamente as músicas desejadas. Basta um ou dois acordes e pronto. Lá está a identificação correta do som. Minha dúvida, no entanto, sempre foi sobre como o Shazam iria gerar receita de forma consistente e crescente. O movimento da Apple começa a elucidar a estratégia da startup, já que uma maior integração com a Apple Music e o ITunes pode render frutos muito promissores tanto no que se refere a popularização do streaming de áudio quanto na comercialização das músicas da plataforma de ecommerce. A startup inglesa fundada em 1998, já passou da marca de 1 bilhão de downloads, conta com mais de 100 milhões de usuários em mais de 190 países e tem como sua principal fortaleza a presença no incrível universo dos smartphones. A recente aquisição mexe ainda com outra startup estrelada de nossos tempos: o Spotify que, segundo fontes, está na eminência de fazer seu IPO. O app de streaming de áudio já está integrado ao Shazam com quem tem uma parceria de geração de usuários, canal que pode secar de acordo com a evolução desse negócio, além de “ganhar” um concorrente mais fortalecido com essa união, a Apple Music. Ah, outro parceiro do Shazam é o Google Play que tem investido para ser um player relevante nesse negócio. Como você pode notar, existem inúmeras possibilidades de modelagem de negócios e geração de receitas consistentes e valiosas para o negócio que foge do padrão tradicional. Como tenho insistido com frequência e é um dos temas de meu novo livro a ser lançado no início do ano: é necessário aprendermos a desaprender para estarmos mais aptos a absorver novos conhecimentos essenciais para esses novos tempos. Nos desprendermos dos vícios de uma visão preconcebida é essencial para nos adaptarmos a um mundo em ebulição. Desafiante, pois demanda muita humildade e coragem para nos lançarmos rumo ao desconhecido. Essa nova lógica vale para qualquer um, viu? Open your mind!!!

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    Qual é o negócio da GM?

    11 dezembro 2017

    A GM anuncia que vai equipar os novos modelos de seus carros com um painel que permite acesso a uma plataforma de comércio eletrônico. Será possível adquirir diversos serviços por meio da tela mostrada no painel que funcionará como um marketplace reunindo diversos provedores de produtos e serviços. A GM será remunerada por uma comissão dos negócios fechados na plataforma. Já em 2017, a tecnologia será embarcada em cerca de 2 milhões de automóveis e, em 2018, esse número se elevará para 4 milhões. A GM não está sozinha nessa batalha. A Amazon – sempre ela – está fazendo parcerias com diversas montadoras como a Ford para embarcar sua assistente pessoal nos veículos. Óbvio que o movimento tem relação com a ascensão dos carros autônomos. What business are you in? A pergunta mais importante para ser feita sobre seu negócio. As fronteiras estão derretendo, a tecnologia é onipresente. De onde vem as ameaças? E as oportunidades? Além do lugar comum que é falar sobre transformações nos negócios, é necessário estudarmos e arriscarmos novas possibilidades, pois quem perder essa onda está fadado a irrelevância.

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