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    O Uber, as Bikes e a revolução na matriz de mobilidade urbana…

    18 abril 2018

    O Uber informou ao mercado que deve adquirir a Jump Bike, startup que atua com compartilhamento de bikes nos Estados Unidos. O movimento fortalece o posicionamento da organização como protagonista importante em toda matriz de mobilidade urbana global. Coincidentemente, o comunicado acontece na mesma semana que dois dos fundadores originais da 99 Táxi no Brasil se unem a mais um empreendedor e lançam a startup Yellow com proposta similar a Jump: compartilhamento de bikes. O projeto está previsto para estar ativo a partir de julho desse ano com 20.000 bicicletas sendo oferecidas na cidade de São Paulo. Estes projetos trazem consigo uma inovação, em relação as iniciativas originais do setor, que só é possível graças a tecnologia: não há nenhuma estação fixa para retirar ou devolver as bikes. Por meio do celular, o usuário poderá identificar onde está o equipamento mais próximo e devolvê-lo em qualquer lugar já que os produtos estão equipados com sensores de localização. A mobilidade atingida com esse novo mecanismo fará toda diferença do mundo na experiência do consumidor. Não é a toa toda essa movimentação na busca pela consolidação desse novo modelo de negócios. Na China, o compartilhamento de bikes já é uma realidade. Existem mais de 400 milhões de contas nos serviços dessa natureza (não se assuste, pois há uma sobreposição de usuários que usam mais de um serviço. De qualquer forma, o número é gigante). Estima-se que existam mais de 16 milhões de equipamentos destinados a esse fim. Todos estão de olho no imenso mercado de mobilidade urbana mundial e seus profundos reflexos junto ao comportamento dos indivíduos. Me recordo de uma frase de Travis Kalanick, fundador do Uber, que inserimos no livro “Gestão do Amanhã”: – Não estamos de olho nos bilhões da Indústria Automotiva. Nosso foco são os trilhões da matriz de mobilidade urbana mundial. E finaliza: – Onde houver algo se mova, o Uber deseja ser um protagonista. Dessa reflexão estratégica da organização já houve derivações como o Uber Eats, além de outras em curso como a parceria com a Embraer no projeto de desenvolvimento dos veículos aéreos individuais, por exemplo. É importante que você saiba que esse movimento não impacta apenas os players tradicionais do setor de transporte e mobilidade. Como envolve um comportamento rotineiro de bilhões de cidadãos, seus efeitos são profundos e abrangentes para toda sociedade. Só para citar algumas possíveis influências em outros setores que não o de transporte: Considere que quanto mais trabalhadores utilizarem bikes para seu transporte, maior será o impacto em como se vestem. Os tradicionais sapatos darão espaço a outros calçados mais confortáveis e práticos. Aliás, isso já está acontecendo. Tive um encontro com Jorge Paulo Lemann que comentou, com entusiasmo, do tênis que estava usando. Segundo ele, se trata do produto mais leve que existe e era muito confortável. O homem mais rico do Brasil não se importou de utilizar confortáveis tênis em detrimento dos clássicos sapatos. A comodidade venceu a tradição. Há impactos também no tradicional setor imobiliário. As vias conectadas com ciclovias tendem a ser valorizadas e abrem espaço para produtos bem específicos como co-workings, empreendimentos mistos que aliam imóveis comerciais com residenciais e toda sorte de projetos que “conversam” com esse novo público. Meu objetivo aqui não é mapear todas as possibilidades advindas de mais essa transformação. O que quero é lhe alertar que essa evolução está mais viva do que nunca e influencia a tudo e todos sem exceção. É óbvio que nem tudo são flores. O próprio exemplo do compartilhamento de bikes na China mostra os desafios dessa nova realidade. Startups com projetos similares já quebraram. Multiplicam-se imagens de bicicletas abandonadas nas ruas de cidades chinesas. O impacto é tal que tem gerado discussões acaloradas sobre o que fazer com esses equipamentos que se transformarão em sucata. A transformação, no entanto, é inevitável, sua velocidade é crescente e vem de todos os lados. Um dos principais concorrentes do Uber, a Lyft está testando, por exemplo, um modelo de assinaturas no estilo Netflix. Ou seja, o cliente paga um valor mensal e tem acesso a usar, indiscriminadamente, o serviços de transporte do aplicativo. Ninguém está parado. O movimento é constante. É óbvio que existem dúvidas sobre o êxito desses novos modelos de negócios e projetos. É óbvio e natural já que se tratam de startups em um mercado em transformação. O fato concreto, no entanto, é que existe uma urgência premente na adaptação a esse novo mundo, independentemente de seu setor de atuação, idade, região geográfica ou qualquer outro atributo. Andy Grove, lendário presidente da Intel e um dos principais líderes corporativos da história cunhou um termo na década de 90 que se transformou no título de seu bestseller: Só os paranoicos sobrevivem. Essa visão está mais moderna e atual do que nunca. E você? Está atento ao movimento? Nunca é tarde para tirar a diferença. Acorda, pois não temos tempo a perder.

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    A Gamificação social na China

    15 abril 2018

    Por incrível que possa parecer, ainda é minoria a parcela da população que reconhece que passamos por uma transformação em nossa sociedade com poucos precedentes históricos. Essa transformação é protagonizada pela tecnologia e todos os fenômenos gerados por sua onipresença como inteligência artificial, big data, internet das coisas etc. Quem ainda dúvida dessa visão, deve acessar esse link e ler atentamente essa matéria publicada no jornal O Estado de S.Paulo e todas as suas derivações. O Governo Chinês irá levar a padrões inéditos o controle sobre seus cidadãos com a tecnologia. Por meio de um sistema de rating, cada indivíduo será avaliado de acordo com seu padrão de comportamento. Essa nota lhe permitirá ter acesso a benefícios sociais e privados exclusivos. É óbvio que, ao mesmo tempo, oferecerá ao Governo um universo de conhecimento e acesso a informações individuais irrestritamente. É a gamificação social. Aquilo que assistíamos impressionados em “Black Mirror” não é um exercício futurista. Está acontecendo aqui e agora. Não é mais possível negligenciar as transformações. Tampouco devemos nos afastar da tecnologia em um processo de negação. Será pior, pois ela é onipresente. Temos de aprender a viver nesse novo mundo e extrair valor das ameaças. Aliás, aquela frase “isso acontece como no Black Mirror” logo se transformará em um daqueles termos que se transformam em adjetivo da semântica regular de nosso vocabulário. #gestãodoamanhã

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    O caminhão autônomo já é uma realidade

    11 abril 2018

    A palavra “Amanhã” do título de meu novo livro com José Salibi, o “Gestão do Amanhã” tem uma função mais metafórica do que prática. Explico: no livro nos dedicamos a mostrar e explorar soluções para o atual mundo corporativo que se caracteriza por transformações profundas. Nesse caso o “amanhã” é hoje. Ele não vai chegar. Já chegou e é necessário muita atenção aos impactos na sua carreira e negócio. Quer um exemplo? A Vale já tem em operação cinco caminhões autônomos que carregam até 240 toneladas. Eles são 10% mais produtivos que os conduzidos por humanos. Imagine o impacto desse movimento para a indústria automobilística. E os reflexos para o desenvolvimento de pessoas? São transformadores. Isso está acontecendo no Brasil aqui e agora. Não é uma abstração, exercício de futurologia ou utopia. Mais concreto impossível. Reflexões importantes: a) Como evoluções como essa impactam seu negócio? b) O que está no seu radar em termos de ameaças ou oportunidades dessa natureza? c) A rotina lhe permite refletir sobre o futuro de seu negócio? Se você é um executivo, sugiro substituir a palavra “negócio” por “carreira” e realizar a mesma reflexão sobre seu desenvolvimento profissional. Abra os olhos. O amanhã já chegou.

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    A Lei de Metcalf e o Álbum da Copa

    29 março 2018

    A Lei de Metcalfe é uma das mais poderosas da atualidade. Ela sentencia que o valor de um sistema de comunicação cresce na razão do quadrado do número de usuários do sistema. Assim quanto mais componentes ativos têm uma rede, maior é seu poder. A base dessa Lei explica o sucesso das principais plataformas digitais da atualidade como o Facebook, Uber, Airbnb, além do valor dos Marketplaces (cujo sucesso está intimamente relacionado ao total de compradores e vendedores presentes em seu ambiente). Uma forma muito atual de entender o valor exponencial de uma rede é perceber o fenômeno que acontece no Brasil de 4 em 4 anos: o álbum de figurinhas da Copa do Mundo. Esse fenômeno só é explosivo da forma que é devido ao poder da rede despertado pela mágica atração que causa nos cidadãos brasileiros que, independentemente de sua faixa etária, sexo ou grana, se fascinam por trocar figurinhas dos seus ídolos – ou não – com outros coleguinhas. Por que o mesmo fenômeno não acontece, na mesma proporção, com outros álbuns? Porque seus autores não conseguem tracionar a audiência de uma forma tão poderosa quanto a Panini durante a Copa do Mundo e, como consequência, sua rede não tem potência. Menos participantes significa menos pessoas para trocar figurinhas que é igual a menos valor percebido. A Lei de Metcalfe é implacável. O que poucos percebem é que esse fenômeno está mais próximo do mundo dos negócios do que nunca. Atualmente, o custo de acesso para qualquer organização estruturar sua rede digital é muito baixo. O grande desafio, no entanto, reside em como tracionar a audiência da mesma forma que o álbum da Copa. Está aí uma questão absolutamente desafiante, que não tem uma receita de bolo nem resposta pronta. Tenho uma convicção, no entanto: é necessário testar, experimentar, criar protótipos para aprender e buscar soluções que vão nessa linha. As organizações que não começarem a exercitar hoje esses modelos – já estão atrasadas, a propósito – correm o risco de serem vitimadas da mesma forma que as empresas tradicionais do varejo estão sendo. Ou ainda, as do setor de Turismo. Ou as do setor de Transporte etc… Quer apostar?

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    Falência da Mídia e o caso Washington Post

    27 março 2018

    “Não há um mapa, e traçar um caminho à frente não será fácil. Precisamos inventar. O que significa que precisamos experimentar”. Essa foi uma das frases mais marcantes da carta que Jeff Bezos, fundador e CEO da Amazon, enviou a todos os colaboradores do Washington Post, um dos jornais mais tradicionais do mundo, ao concretizar sua aquisição em Agosto de 2013. Apesar de enigmática, ela já dava o tom de um novo futuro para o negócio. A reputação centenária do periódico, o principal responsável pelo Watergate que culminou com a queda do Presidente Nixon, em 1974, não estava sendo suficiente para conter o declínio de suas receitas publicitárias e número de assinantes. O movimento de Bezos foi absolutamente controverso. Analistas inquietos se perguntavam sobre quais as reais intenções de um dos empreendedores mais bem sucedidos do planeta, que revolucionou o ambiente digital, ingressar em um segmento da economia tradicional que passava por severos desafios e questionamentos. Alguns levantaram a hipótese de ganho de poder. Ego. Outros mencionavam sua mania de colecionador. Alguns bilionários colecionam carros, barcos, aviões. Talvez Bezos gostasse de jornais. Em Fevereiro desse ano, no entanto, essas teses caíram por terra e ficou claro que não se trata de um hobby. O Washington Post foi eleito a 8ª empresa mais inovadora do mundo na tradicional pesquisa conduzida pela revista Fast Company compartilhando sua presença em um ranking composto por empresas líderes da nova economia como Apple, Netflix e a própria Amazon. Afinal, o que aconteceu em tão pouco tempo que justifica essa guinada de uma organização tradicional, porém em franca decadência, para uma empresa que, depois de 4 anos, é eleita uma das referências globais em inovação? Entrevista concedida por Bezos a Business Insider, em 2014, já dava indícios para esclarecer essa indagação: “Eu não sei nada sobre o negócio de jornais, porém eu conheço um pouco sobre Internet…” O empreendedor não se envolveu nas questões editoriais, colocando profissionais competentes para liderar o coração do jornal. Ao invés disso, se dedicou a transformar o periódico em uma empresa de tecnologia. Isso envolveu adotar práticas nativas de empresas digitais; contratar profissionais técnicos que, até então, não davam as caras nas empresas de mídia como engenheiros e cientistas de dados; desenvolver novos produtos dirigidos a novas demandas do próprio setor como o Arc , um serviço de gestão de conteúdos desenvolvido para atender as demandas do próprio jornal, mas que, devido a seu êxito, tornou-se um sistema ofertado a outras empresas do mercado editorial (atualmente, periódicos do mundo todo utilizam o sistema cujo universo de leitores atingidos ultrapassa a marca de 300 milhões e garante um faturamento inédito ao Grupo). O resultado de toda essa transformação no negócio não tardou a aparecer em números. Em Novembro de 2016, o site do jornal superou 100 milhões de visitantes únicos e, em setembro de 2017, ultrapassou a marca de 1 milhão de assinantes digitais. Esse caso é emblemático e deveria ser alvo de profundos estudos e análises por parte dos principais líderes do segmento de mídia e comunicação no Brasil. Já se vão quase 20 anos do início das discussões acerca do futuro da mídia em nosso país. Não foram poucos os que sentenciaram – e sentenciam – a sua morte perante a um ambiente de escassez de leitores. O caso do Washington Post demonstra que existem caminhos virtuosos para recuperação da posição econômica das companhias do setor. Para isso, no entanto, é necessário coragem para se desvencilhar das crenças velhas e enraizadas que, até então, nortearam os rumos desses negócios. Por mais “lugar comum” que possa parecer, a frase “o que nos trouxe até aqui, não nos levará ao futuro” é mais concreta e real do que nunca, porém ainda está evidente a dificuldade das organizações e seus líderes abandonarem o caminho das palavras fáceis e politicamente corretas e mergulhar na ação prática. Toda empresa de mídia deve ser encarada como uma empresa de tecnologia na nova economia (aliás, não só as empresas de mídia…). Bezos comenta que sua equipe técnica, composta por mais de 700 engenheiros (que triplicou nos últimos 3 anos), rivaliza com qualquer time de ponta do Vale do Silício. Hoje, profissionais talentosos, se interessam em fazer parte do quadro de colaboradores do Washington Post. E a nossa realidade? As organizações do setor de mídia estão no mapa de nossos jovens? Essa história não é uma abstração ou ficção. É concreta e real. Ela apresenta indícios de que a transformação nas empresas tradicionais é possível, porém passa por uma mudança cultural extrema e profunda. Bezos, mostra com o Washington Post, que a compatibilização da construção e manutenção de instituições de mídia críveis, fundamentais para a sociedade, com negócios virtuosos e prósperos, é um ideal a ser atingido. Está aí uma notícia a ser comemorada em um momento onde a verdade na sociedade está em cheque com a ascensão midiática das famigeradas Fake News. O caminho está posto. Quem se habilita? (Artigo de minha autoria publicada no Meio & Mensagem edição de 26/03)

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