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    O Fim do Trabalho: Mito ou Realidade

    22 maio 2018

    Afinal, a tecnologia irá acabar com o trabalho? Este é um dos temas mais instigantes da atualidade e que, não à toa, causa tremendo alvoroço em todos os extratos da sociedade. Os motivos para tamanha preocupação são óbvios, afinal, o que se anunciava como um prenúncio distante de uma catástrofe está mais próximo do que nunca e impacta a realidade de todos os cidadãos brasileiros. Como sempre temos a tendência, no Brasil, de descambar para as frases de efeito e o bom e velho senso comum ao invés de analisar as condições estruturais desse fenômeno buscando entender seu alcance e distinguir o que é verdade do que é mito. O resultado é uma avalanche de visões trágicas sem lastro com estudos mais aprofundados. O que tem de real por trás da visão do fim do trabalho? Inúmeros estudos têm sido publicados visando trazer uma luz a uma questão tão essencial para o desenvolvimento da sociedade. Um dos mais profundos foi publicado em Dezembro de 2017 pela consultoria McKinsey com o título “Jobs Lost, Jobs Gained”. Trata-se de material de consulta obrigatória para quem deseja estudar o tema, pois foi fundo na questão buscando dados que evidenciem os impactos da revolução tecnológica no mundo do trabalho. Uma primeira conclusão evidente diz respeito ao impacto da tecnologia na automação dos empregos existentes. Cerca de 60% de todas as ocupações que conhecemos podem ter suas atividades automatizadas em, pelo menos, 30%. Como evolução desse processo, o estudo aponta que cerca de 14% da força de trabalho global (algo em torno de 375 milhões de trabalhadores) passarão por forte transição na natureza de seu trabalho e, certamente, haverá um impacto decisivo. O Estudo aponta que no Brasil cerca de 15,7 milhões de trabalhadores devem ser atingidos por esse processo. Como essa transição tende a ser lenta e gradual, o desemprego tende a aumentar e o crescimento dos salários diminuir. Cenário desolador e preocupante. Há, no entanto, uma perspectiva colateral que tem passado despercebido por boa parte dos analistas e curiosos de plantão. Esse movimento tem impactado um dos principais setores da economia brasileira: o Agronegócio Estudo realizado pelo Centro de Estudos dos Agronegócios da FGV, realizado em 2017, identificou que, nos últimos 5 anos, o número de trabalhadores no setor caiu 1,9% a despeito do crescimento da sua atividade econômica. O Estudo aponta que o principal responsável por essa tendência foi a incorporação de novas tecnologias no campo que, se por um lado, aumentaram a produtividade da atividade, por outro resultaram na diminuição da demanda por trabalhadores. Ao mesmo tempo em que essa tendência se consolidou, no entanto, outro movimento forte tomou as mesmas proporções: há um evidente aumento da remuneração dos trabalhadores do setor em um ritmo mais intenso do que os profissionais de outras categorias da economia em geral. No mesmo período estudado (2012 a 2017) o rendimento real (descontado a inflação) dos trabalhadores do setor cresceu 7% enquanto a evolução média de trabalhadores de outras categorias da economia foi de 4,6%. Conclusão: se por um lado há a diminuição do volume de vagas disponíveis no mercado, por outro há uma demanda cada vez maior por profissionais qualificados. Essa visão é uma das relações desses achados com o Estudo Mckinsey: a tecnologia irá gerar demanda para milhões de empregos até 2030. A diferença, em relação à evolução do trabalho de até então, diz respeito à natureza desses novos empregos e a qualificação requerida para atender a esses novos requisitos. Analisando o fenômeno atual de acordo com acontecimentos históricos de forte substituição tecnológica que aconteceram em períodos marcantes da humanidade conclui-se que de 8% a 9% dos empregos de 2030 serão compostos por ocupações que nunca existiram antes. São novas ocupações que demandam novas competências e habilidades que emergirão com uma força incrível. Esse fenômeno de criação de novos empregos tem o potencial de suplantar àqueles que irão desaparecer e gerar forte demanda pela contratação de profissionais e pressão pelo crescimento salarial, como já acontece no setor de agronegócios no Brasil. Essa notícia gera um alívio para a visão catastrofista do fim do trabalho. Essa sensação, no entanto, é, apenas, momentânea, pois por trás dessa perspectiva emerge a consciência de que o tipo de emprego que tende a ganhar força requer um nível de preparação muito distinto dos atuais. E isso é um problema, especialmente, em uma sociedade, como a brasileira, afeita a subestimar a importância da educação. Os riscos do aumento da concentração de renda e exclusão daqueles despreparados já se evidenciam como realidade. Estudo publicado, recentemente, pela consultoria Robert Half aponta que a taxa de desocupação para profissionais com 25 anos ou mais e formação superior é 5,7% contra 11,8% da taxa geral de desemprego no Brasil. Esses dados ainda não consideram os impactos da tecnologia que tendem a se acentuar em uma velocidade avassaladora. Sob essa ótica é possível inferir que esta ainda é uma visão conservadora das possibilidades resultantes de um futuro muito distinto e desafiador do que o atual. A questão da readequação de toda a matriz de desenvolvimento dos trabalhadores é um dos temas mais relevantes que deve estar na pauta de todos os líderes globais. Seu impacto não acontecerá em centenas de anos. Sequer em dezenas. A revolução está acontecendo aqui e agora. Essa nova matriz deve ter como foco a adoção de uma nova filosofia educacional que valoriza o ensino técnico já tendo como base essa nova realidade. As ementas das Universidades e Instituições de ensino se tornaram obsoletas perante o avanço tecnológico que impacta todos os setores da economia. No entanto, não basta ter como foco, apenas, o aprendizado técnico. É necessário investir no desenvolvimento das habilidades cognitivas, competências emocionais, criatividade e capacidade do desenvolvimento de pensamento crítico. Tomando a licença pelo uso de uma visão popular: é necessário ensinar os indivíduos a pensarem. Transições causadas por transformações tecnológicas geram deslocamentos importantes no curto prazo e, certamente, resultarão em impactos no mundo do trabalho. A história mostra, no entanto, que no longo prazo

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    A Educação na 4ª Revolução Industrial

    07 dezembro 2017

    A sociedade passa por uma Revolução com poucos precedentes na história da humanidade. Klaus Schwab, fundador e Presidente Executivo do Fórum Econômico Mundial, um dos principais think tanks do mundo, definiu essa Era como a 4ª Revolução Industrial, a mais abrangente, profunda e influente de todas onde se encontram, de forma síncrona, inovações nos campos digital, físico e biológico. No mundo corporativo, startups modificam com uma velocidade inédita setores tradicionais da economia como os de mobilidade urbana (Uber, 99Taxis), hospedagem e turismo (Airbnb, TripAdvisor), mídia (Google, Facebook), conteúdo audiovisual (Netflix), varejo (Amazon, Netshoes) dentre tantos outros. Com a rápida evolução do ambiente, o novo ouro da humanidade é o conhecimento. A abertura perante o novo, estimulando a aprendizagem como forma de aquisição de um novo repertório de conhecimento é o principal vetor da transformação pessoal tão necessária para lidar com um mundo em mudanças tão velozes. É assustador, no entanto, analisar como o atual modelo de educação está dando conta desse desafio. Há um descompasso claro entre as demandas de aprendizado do século 21 com o que é oferecido pelo sistema educacional atual cujas bases remontam a Revolução Francesa.

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    O que você está fazendo com a sua educação?

    15 agosto 2017

    Estudo do Fórum Econômico Mundial aponta que até 2020 mais de um terço do conjunto de competências essenciais requeridas para a maioria das profissões relevantes será composta por competências que ainda não são consideradas fundamentais atualmente. Como você está se preparando para esse contexto? Note que 2020 é logo ali. São menos de 3 anos que separam essa dinâmica da atualidade. Muitos de nós – e eu me incluo nessa – fazemos severas críticas ao modelo formal de educação que, seguramente, não está preparado para lidar com essa complexidade. O mesmo estudo mostra que a velocidade de depreciação do conhecimento é tão grande que cerca de 50% do conteúdo adquirido no 1º ano de um curso regular em uma Universidade torna-se obsoleto no 4º ano. Incrível realidade que assistimos passivamente enquanto preparamos nossos jovens, bovinamente, para cursarem suas Faculdades (ah, só para que você saiba, falo isso com propriedade de causa, pois minha filha mais velha estuda na melhor Universidade do país em sua especialização). O que quero trazer com essa mensagem hoje, no entanto, é outra perspectiva: o que você está fazendo com essa informação? Quanto tempo de seus dias você tem dedicado ao aprendizado? Qual é o seu empenho – de verdade – em ser um indivíduo melhor, mais alinhado a essa complexidade? É necessário tomar muito cuidado em apontarmos o dedo a terceiros sem fazermos a nossa parte. É evidente que devem existir mudanças no sistema formal de educação. Aliás, o livro que estou escrevendo com meu amigo, José Salibi Neto, terá um capítulo só dedicado a apresentar as bases da construção do novo paradigma para a educação corporativa.

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    Será que estamos fazendo as perguntas certas?

    19 março 2017

    Fiz um post que tinha como objetivo refletir sobre formas de encarar contextos similares citando o Uber – no caso a oferta do serviço durante a Greve que houve em SP – que gerou algumas interpretações de fundo mais ideológico do que prático. Atenção: o pensamento sectário e inflexível engessa o raciocínio e não permite uma maior maleabilidade perante a um ambiente em transformação intensa. Vamos deixar de lado as questões ideológicas quanto a natureza do serviço. Não que essa reflexão não seja relevante. Pelo contrário. Ela é fundamental. Porém, vamos entender esse fenômeno de forma mais abrangente. O Uber tem cerca de 8 anos (só 8 anos). É uma startup que apresenta resultados incríveis e alguns indicadores superiores a gigantes na mesma fase como Google e Facebook.Sua adoção foi tão bem sucedida que forjou um novo termo junto a sociedade: a uberização. Você tem uma miríade gigante de “ubers” de alguma coisa.

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    Pisou na bola, hein, Professor!

    20 dezembro 2016

    Na semana passada, uma entrevista de Renato Gaúcho, técnico campeão da Copa do Brasil pelo Grêmio gerou polêmica no meio futebolístico. Nela, o controverso treinador e ídolo do tricolor gaúcho, afirmou “quem sabe, sabe…quem não sabe, vai para a Europa estudar”. A polêmica girou em torno do fato de muitos treinadores e esportistas estarem, com uma frequência inédita no país, realizando reciclagens e intercâmbios em bem-sucedidos clubes europeus. Não fazendo nenhum tipo de análise de juízo a respeito do Renato Gaúcho, que sempre gostou de polêmicas em toda sua carreira, trata-se de uma visão que vale à pena refletirmos, pois ela está mais introjetada no senso comum do que parece. Existe uma visão de que só a prática cria valor. Essa corrente preconiza que não é necessário estudar, recorrer a outras fontes, pois o aprendizado acontece apenas no exercício da atividade de cada um.

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