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    Quem percebeu um bonequinho novo no canto inferior do Waze?

    07 junho 2018

    Se você me acompanha há algum tempo, certamente, irá se recordar quando comentei do duelo de Titãs que estava prestes a começar com o Waze competindo com o Uber. Veja esse artigo quando explorei esse tema. Pois chegou a hora no Brasil. Já percebeu o bonequinho que está aparecendo no canto inferior da tela do Waze? Pois é o projeto que organiza viagens compartilhadas, as nossas populares caronas. Assim, de leve, como quem não quer nada, o Waze começa a validar um novo modelo de negócios, gratuito no começo, que irá levar a uma competição interessante, que já rola em todo o mundo, com o Uber e todos aplicativos móveis de motoristas. O app do Google, que tem cerca de 4 milhões de usuários no Brasil, chega com força. É bom o pessoal do Uber, 99 e afins colocar as barbas de molho que o bicho vai pegar. Lembra daquela frase que é quase um mantra para mim? What business are you in? #gestãodoamanhã

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    Ser a maior ou de a de maior relevância?

    28 maio 2018

    A expectativa média de vida de uma empresa em 1937 era de 75 anos. Atualmente, ao avaliar a lista das 500 Maiores Empresas listadas na bolsa de Nova York, esse mesmo índice é de 15 anos, ou seja, cinco vezes menor do que era antigamente. Em 2020, mais de três quartos da lista das 500 maiores será composta por empresas que atualmente não existem ou ainda são obscuras. Então, por que algumas pessoas acreditam que manter os modelos tradicionais de gestão irá leva-las a esse novo mercado que está por surgir? Nossos modelos tradicionais de gestão estão relacionados ao crescimento do mercado de consumo na década de 80, que levou ao surgimento de inúmeras novas empresas e, consequentemente, a uma concorrência nunca antes vista. Com tantas empresas disputando a atenção e o bolso dos clientes, as décadas seguintes ensinaram aos homens de negócio que a regra geral era ter um diferencial competitivo para crescer, prosperar e ter longevidade. Nesse contexto de estabilidade e diferenciação, o professor da Harvard Business School Michael Porter desenvolveu a teoria da estratégia competitiva, na qual as forças que dão forma à estratégia passam por eixos muito diferentes dos contábeis e que os executivos podem ter influência nas condições de seu setor de atividade quando atuam com seus rivais, clientes e fornecedores. Esse pensamento estratégico consagrou-se no mundo corporativo e valorizou a visão da relevância de gerenciar as forças competitivas que influenciam o negócio na obtenção de resultados superiores, influenciando ainda hoje o crescimento de novas empresas. Do ponto de vista estratégico, ninguém melhor que Porter soube catalisar e traduzir os efeitos do modelo tradicional de gestão. Seu fundamento principal é a conquista do melhor posicionamento possível da organização perante os concorrentes em sua cadeia de valor, tendo acesso, de forma diferenciada e de preferência exclusiva aos insumos e recursos essenciais ao negócio. Para realizar a análise competitiva da organização, ele desenvolveu a visão de cinco forças que as empresas devem avaliar e medir para determinar uma estratégia eficiente: rivalidade entre concorrentes; ameaças de novos entrantes; poder de barganha dos clientes; poder de barganha dos fornecedores; e ameaça de produtos substitutos. Esse pensamento teve como base o padrão de gestão tradicional, no qual estão muito bem definidos todos os agentes de sua cadeia de valor, bem como seus responsáveis e papéis. Mas, no mercado atual, em que a inovação e a velocidade de mudanças atingem seu pico, temos esses papéis tão bem definidos? Esses agentes são seres imutáveis, com os mesmos papéis e atuando na mesma cadeia de valor? Nosso pensamento estratégico convencional não atende mais às demandas da 4ª Revolução Industrial porque nem as pessoas nem os papéis delas são os mesmos da década passada. E, pior, não serão os mesmos nos meses futuros. O pensamento das forças competitivas de Michael Porter não previu os fundamentos da nova sociedade por estar todo centrado no controle completo da cadeia de valor. Esse modelo não leva em conta os efeitos da rede e o valor criado por meio das interações entre seus agentes. Na prática, se a Amazon tivesse seguido somente o modelo de Michael Porter, seria a maior livraria online do mundo e não uma das principais organizações do mundo com sua plataforma de negócios. O trade-off Tamanho versus Diferenciação deixou de ser mandatório. Empresas como Amazon aliam porte do negócio com diferenciação por meio da adoção de tecnologia e de inovação. A influência em uma rede de agentes composta por clientes, parceiros e outras organizações em geral passou a ser mais relevante e rentável do que deter ativos físicos. Quando analisamos o que essa influência em rede significa, vemos um mundo novo admirável, que traz consigo possibilidades de negócios até então inexistentes e, para além disso, o espaço necessário para criarmos negócios mais democráticos e abrangentes. (artigo de minha autoria relacionado ao livro “Gestão do Amanhã” publicado na Revista América Economia em Maio/18)

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    Você sabia que nossa tendência natural é valorizar o fracasso?

    27 maio 2018

    Estava realizando uma pesquisa para a produção de um capítulo sobre cultura que estamos produzindo em continuidade ao projeto do livro “Gestão do Amanhã”, que está migrando para ser uma plataforma de conteúdos (mais adiante conto essa história), quando resgatei um artigo muito relevante que tem como principal tema resiliência. O que mais me chamou atenção nesse artigo foi a apresentação de algumas características do cérebro humano que explicam os motivos da necessidade de nutrirmos uma mentalidade positiva diariamente. Em síntese, os modelos naturais de funcionamento cerebral privilegiam a prevenção e estabilidade. Com isso, tendem a valorizar as perspectivas negativas para fortalecer o senso de sobrevivência. Alguns exemplos: O cérebro é naturalmente negativo Existe uma predisposição natural para notícias desagradáveis. Uma demonstração desse comportamento é que experiência negativas levam um segundo, no máximo, para serem codificadas em memória de longa duração. As positivas levam de 10 a 12 segundos. Existem mais palavras para emoções negativas (62%) do que positivas (32%) no dicionário de língua inglesa. O cérebro é preguiçoso Existe a tendência por economia de esforço e processamento cerebral e, como consequência, a predisposição por tomar as decisões mais confortáveis em detrimento das ótimas. Assim, a possibilidade de manipulação fácil proveniente de premissas inconsistentes é uma realidade. O cérebro está programado para ser preocupar O cérebro tende a ficar incansavelmente obcecado por problemas e preso a um looping improdutivo. Pesquisas mostram que a tendência a se preocupar constantemente é incrivelmente tóxica para a saúde humana. O cérebro precisa de previsibilidade Quando na realidade experimentada é incompatível com a esperada, tende a aparecer a dúvida, a ansiedade e a incapacidade de tomar decisões (paralisia cognitiva) Esses achados, provenientes de Estudos científicos e Pesquisas, só reforçam a tese de que é indispensável que você cuide de sua saúde mental nutrindo seu pensamento com boas referências e procurando sempre se distanciar do problema para ter uma visão menos enviesada possível. Do contrário, a tendência é você ficar imerso no universo da negatividade e das preocupações o que pode gerar paralisia e improdutividade. Não se trata de conselho barato de literatura de auto-ajuda. A ciência explica os riscos e oportunidades advindas da natureza humana. Negligenciar esse sistema é sinônimo de cair no mesmo risco do looping negativo que não leva ninguém a lugar algum. Sempre digo que se adiantasse ficar reclamando pelos cantos das adversidades, eu seria o primeiro a adotar esse comportamento. A realidade, no entanto, é muito distinta dessa perspectiva..

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    O Fim do Trabalho: Mito ou Realidade

    22 maio 2018

    Afinal, a tecnologia irá acabar com o trabalho? Este é um dos temas mais instigantes da atualidade e que, não à toa, causa tremendo alvoroço em todos os extratos da sociedade. Os motivos para tamanha preocupação são óbvios, afinal, o que se anunciava como um prenúncio distante de uma catástrofe está mais próximo do que nunca e impacta a realidade de todos os cidadãos brasileiros. Como sempre temos a tendência, no Brasil, de descambar para as frases de efeito e o bom e velho senso comum ao invés de analisar as condições estruturais desse fenômeno buscando entender seu alcance e distinguir o que é verdade do que é mito. O resultado é uma avalanche de visões trágicas sem lastro com estudos mais aprofundados. O que tem de real por trás da visão do fim do trabalho? Inúmeros estudos têm sido publicados visando trazer uma luz a uma questão tão essencial para o desenvolvimento da sociedade. Um dos mais profundos foi publicado em Dezembro de 2017 pela consultoria McKinsey com o título “Jobs Lost, Jobs Gained”. Trata-se de material de consulta obrigatória para quem deseja estudar o tema, pois foi fundo na questão buscando dados que evidenciem os impactos da revolução tecnológica no mundo do trabalho. Uma primeira conclusão evidente diz respeito ao impacto da tecnologia na automação dos empregos existentes. Cerca de 60% de todas as ocupações que conhecemos podem ter suas atividades automatizadas em, pelo menos, 30%. Como evolução desse processo, o estudo aponta que cerca de 14% da força de trabalho global (algo em torno de 375 milhões de trabalhadores) passarão por forte transição na natureza de seu trabalho e, certamente, haverá um impacto decisivo. O Estudo aponta que no Brasil cerca de 15,7 milhões de trabalhadores devem ser atingidos por esse processo. Como essa transição tende a ser lenta e gradual, o desemprego tende a aumentar e o crescimento dos salários diminuir. Cenário desolador e preocupante. Há, no entanto, uma perspectiva colateral que tem passado despercebido por boa parte dos analistas e curiosos de plantão. Esse movimento tem impactado um dos principais setores da economia brasileira: o Agronegócio Estudo realizado pelo Centro de Estudos dos Agronegócios da FGV, realizado em 2017, identificou que, nos últimos 5 anos, o número de trabalhadores no setor caiu 1,9% a despeito do crescimento da sua atividade econômica. O Estudo aponta que o principal responsável por essa tendência foi a incorporação de novas tecnologias no campo que, se por um lado, aumentaram a produtividade da atividade, por outro resultaram na diminuição da demanda por trabalhadores. Ao mesmo tempo em que essa tendência se consolidou, no entanto, outro movimento forte tomou as mesmas proporções: há um evidente aumento da remuneração dos trabalhadores do setor em um ritmo mais intenso do que os profissionais de outras categorias da economia em geral. No mesmo período estudado (2012 a 2017) o rendimento real (descontado a inflação) dos trabalhadores do setor cresceu 7% enquanto a evolução média de trabalhadores de outras categorias da economia foi de 4,6%. Conclusão: se por um lado há a diminuição do volume de vagas disponíveis no mercado, por outro há uma demanda cada vez maior por profissionais qualificados. Essa visão é uma das relações desses achados com o Estudo Mckinsey: a tecnologia irá gerar demanda para milhões de empregos até 2030. A diferença, em relação à evolução do trabalho de até então, diz respeito à natureza desses novos empregos e a qualificação requerida para atender a esses novos requisitos. Analisando o fenômeno atual de acordo com acontecimentos históricos de forte substituição tecnológica que aconteceram em períodos marcantes da humanidade conclui-se que de 8% a 9% dos empregos de 2030 serão compostos por ocupações que nunca existiram antes. São novas ocupações que demandam novas competências e habilidades que emergirão com uma força incrível. Esse fenômeno de criação de novos empregos tem o potencial de suplantar àqueles que irão desaparecer e gerar forte demanda pela contratação de profissionais e pressão pelo crescimento salarial, como já acontece no setor de agronegócios no Brasil. Essa notícia gera um alívio para a visão catastrofista do fim do trabalho. Essa sensação, no entanto, é, apenas, momentânea, pois por trás dessa perspectiva emerge a consciência de que o tipo de emprego que tende a ganhar força requer um nível de preparação muito distinto dos atuais. E isso é um problema, especialmente, em uma sociedade, como a brasileira, afeita a subestimar a importância da educação. Os riscos do aumento da concentração de renda e exclusão daqueles despreparados já se evidenciam como realidade. Estudo publicado, recentemente, pela consultoria Robert Half aponta que a taxa de desocupação para profissionais com 25 anos ou mais e formação superior é 5,7% contra 11,8% da taxa geral de desemprego no Brasil. Esses dados ainda não consideram os impactos da tecnologia que tendem a se acentuar em uma velocidade avassaladora. Sob essa ótica é possível inferir que esta ainda é uma visão conservadora das possibilidades resultantes de um futuro muito distinto e desafiador do que o atual. A questão da readequação de toda a matriz de desenvolvimento dos trabalhadores é um dos temas mais relevantes que deve estar na pauta de todos os líderes globais. Seu impacto não acontecerá em centenas de anos. Sequer em dezenas. A revolução está acontecendo aqui e agora. Essa nova matriz deve ter como foco a adoção de uma nova filosofia educacional que valoriza o ensino técnico já tendo como base essa nova realidade. As ementas das Universidades e Instituições de ensino se tornaram obsoletas perante o avanço tecnológico que impacta todos os setores da economia. No entanto, não basta ter como foco, apenas, o aprendizado técnico. É necessário investir no desenvolvimento das habilidades cognitivas, competências emocionais, criatividade e capacidade do desenvolvimento de pensamento crítico. Tomando a licença pelo uso de uma visão popular: é necessário ensinar os indivíduos a pensarem. Transições causadas por transformações tecnológicas geram deslocamentos importantes no curto prazo e, certamente, resultarão em impactos no mundo do trabalho. A história mostra, no entanto, que no longo prazo

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    Nada resiste ao bom trabalho

    17 maio 2018

    Essa é mais uma daquelas frases prontas que parece fazer parte do receituário da chamada literatura de auto-ajuda. Pois lhe digo que cada vez mais acredito nela. Explico minhas razões. O “Gestão do Amanhã” está bombando. O fato de ser um dos livros de negócios mais vendidos do Brasil em tão curto espaço de  tempo e toda repercussão gerada (na 2a feira participei do Programa Roda Viva da TV Cultura entrevistando o Ministro Raul Jugman devido ao projeto, por exemplo) faz com que muitos me perguntem: o que você está fazendo para conquistar esse sucesso? A resposta: Trabalhando. Pode parecer simplista e até ingênua, mas a realidade é que nada resiste a um bom trabalho. Você pode rebater minha visão com a sua experiência pessoal. Afinal, trabalha tanto, mas os resultados não aparecem. Note a sutileza da palavra “BOM” na minha sentença. É possível que o motivo do resultado não estar aparecendo resida na forma como você está realizando seus esforços, suas escolhas e foco. Vale à pena, sempre, fazer um exercício de distanciamento da rotina diária e procurar enxergar, com isenção, sua forma de atuação. Nesse exercício, fuja do coitadismo e, sobretudo, da tendência a apiedar-se de si mesmo. Resista as desculpas que podem até servir para amainar sua dor, mas não serão parte da solução (pertencem ao problema). Não se trata de tarefa trivial. Envolve investir no seu auto-conhecimento e aconselho buscar ajudar nessa jornada. O fato concreto, no entanto, é que o caminho para sua evolução passa, inescapavelmente, por um investimento pessoal para conhecer em profundidade a si mesmo, seus gatilhos e travas. Ah, um ponto fundamental: como no caso do “Gestão do Amanhã”, o produto final de seu esforço deve ter muita qualidade. Do contrário, qualquer empenho não gerará os resultados almejados. Comece a jornada por si mesmo e acredite no valor do seu trabalho. Os resultados virão. Pode demorar, mas, virão. Bom final de semana para você Um abraço Sandro P.S. Escrevi um artigo bem interessante sobre segurança pública na Gestão do Amanhã. Foi devido a esse conteúdo que fui convidado a participar do Roda Viva. Acesse pelo link e depois me fala sua opinião.

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